quando estamos habituados a vida inteira a um determinado ritmo e de um dia para o outro temos de o alterar... nem sempre corre bem.
isto para dizer o quê? que pela primeira vez vomitei. e não foi por ter comido muito, foi por ter comido muito depressa.
estava, como de costume, a fazer imensas coisas ao mesmo tempo. a fazer o almoço, a arranjar legumes para pickles, a descascar fruta para cozer, a arrumar a cozinha... etc.
o almoço ficou pronto e eu, inconscientemente, continuei no mesmo ritmo em que estava. mastiguei bem a carne (lembro-me sempre disso) mas foi depressa demais e fiquei entupida.
a juntar-se a isto é preciso ainda um cuidado redobrado visto que um estômago submetido a um bypass gástrico demora mais que o normal a fazer passar a mensagem ao cérebro de que está enfartado.
agora sei exactamente o que é o síndrome de dumping.
agora sei exactamente o que é o síndrome de dumping.
dores abdominais, má disposição, suores frios... a última coisa que queria era vomitar e por isso resolvi andar pela casa a ver se a coisa se dava. pareceu resultar até ao momento em que o corpo se começou a preparar para o vómito e eu comecei a salivar.
ora para onde é que vai a saliva não é? para um canal digestivo já por si entupido. não resultou bem e pronto.
todo este processo demorou uma agonizante meia hora. foram as cinco "garfadas" de comida mais dolorosas de sempre.
o que é que aprendi? a alterar o ritmo. sempre. não é só o estômago e os alimentos que ingiro que mudam. o ritmo a que faço as coisas também.
ainda no hospital dizia que fazia tudo a passo de caracol. com a recuperação física é claro que isso foi sendo alterado e passei, muitas vezes, ao modo barata tonta que faz 5 coisas ao mesmo tempo. na. nah. ni. na. não. o modo barata tonta pode funcionar para tudo menos para a comida.
tem de ser quase um ritual sagrado. é aquele momento em que desacelero e esqueço o resto.
isso ou meia hora de agonia.
Ouvi dizer que é dando um passo e caindo que se aprende a andar ;) gostei de ter notícias tuas.
ResponderEliminarBjs