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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

o bypass e o álcool

é uma relação curiosa. 

aquando da cirurgia, por razões óbvias, fiquei sem consumir álcool. já não acontecia com frequência anteriormente (bebia socialmente) mas quando dei conta tinha passado quase um ano sem ingerir álcool. 

agora, não sei como é feita a absorção do álcool pelo meu novo estômago, mas consigo-vos dizer que os efeitos no cérebro são quase imediatos. 

desde a cirurgia bebi três vezes: sangria de frutos vermelhos no meu aniversário (1/2 copo), gin tónico numa festa de natal (1/2 copo de novo) uma ginginha no mercado de natal.  o que vos digo é: a ginginha ardeu no estômago, (idiotice minha que devia ter bebericado) e passado 30 segundos o cérebro sentiu os efeitos. fiquei muito alegre e bem depressa. o mesmo se passou com a sangria e com o gin. ao fim do segundo golo já estava a sentir a cabeça a ficar leve. também durou pouco. portanto assumo que a absorção do álcool pelo corpo é feita muito rapidamente (não sei se derivada da cirurgia ou da privação de quase um ano) e muito rapidamente também é feita a sua eliminação. 

continuo a optar por não beber no geral. nos jantares com amigos ou família bebo água (às vezes água com limão) e nunca uma gotinha de refrigerante passou pela minha garganta. 

ps. prometo um post sobre o natal. 

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

o momento

ainda na ressaca do aniversário da cirurgia resolvi fazer uma tatuagem.

a primeira.

porque esta mudança toda em mim tinha de ser celebrada, e porque a minha memória é curta, tinha de fazer algo para daqui a uns anos me relembrar da sensação que tenho neste momento e do bom que é.

fiz uma pena. porque é assim que me sinto.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

consulta 1 ano - nutricionista

 se há uns tempos atrás tinha medo de ir ao nutricionista e enfrentar a balança, hoje até tenho orgulho. deu-me os parabéns e disse-me que até estou acima da media na perda de peso e que 54 kilos é um resultado excelente. 

avisou-me que é expectável que no segundo terceiro ano de bypass que a cirurgia comece a perder eficácia e que como sempre a alimentação em conjunto com a adopção de um estilo de vida saudável é o mais importante para a manutenção do peso perdido. 

vou passar a fazer outro suplemento vitaminico para fazer em substituição do centrum: bariatric inspire. parece que foi desenvolvido por uma farmacêutica portuguesa e orientado especialmente para pacientes que fizeram uma cirurgia bariatrica. 

confirmou me a marcação da consulta de cirurgia plástica no hospital de São José e disse me que não e normal passado só um ano encaminharem logo para plástica. parece que isto aconteceu porque os meus resultados são muito bons e está a correr tudo bem. 

na plástica vou ter consulta com o dr Joaquim bexiga em abril e segundo me disse o nutricionista o processo é rápido. primeiro fazem uma avaliação física e depois reencaminham para cirurgia num outro hospital com que o SNS tenha acordo visto que não existe capacidade de resposta para tantos pacientes no São José . e agora consulta de novo aos 18 meses. 

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

1 ano

- 54 kilos

há precisamente um ano estava a começar uma nova vida.

se o eu de hoje pudesse ter mandado uma mensagem ao eu de há cinco anos dizer-lhe-ia para não ter medo e não enterrar sentimentos na dispensa.
que não é normal ficar cansada só de subir cinco degraus,
que as mudanças de temperatura entre rua e salas só te fazem transpirar porque tens massa gorda a mais,
que te vais conseguir sentar no autocarro sem sentires que estás sentada em cima de alguém,
que as cadeiras até ficam largas para o teu rabo,
que vais conseguir comprar roupa na zara,
que o sexo é muito melhor,
que só tremes quando ficas muito tempo sem comer porque estás pré-diabética,
que o teu número de sapato é mesmo o 41 e não o 42,
que os tornozelos incham no verão por causa do teu peso e não do calor,
que vais passar a adorar ver-te nas fotos e não te vais esconder atrás das outras pessoas,
que a pele extra nos braços nem é o mais chato,
que até vais gostar do ginásio e principalmente das aulas de rpm,
que vais voltar a ouvir piropos na rua,
que se vão voltar a meter contigo quando sais à noite,
que não és o patinho feio do teu grupo de amigos,
que não tens de montar sempre um número cómico para esconder a tua insegurança,
que vais fazer queixos cair e deixar pessoas boquiabertas com a tua mudança,
que o teu namorado não está contigo porque gosta de meninas gordas, [ele gosta de ti gorda, magra, com pele extra, com ossos ou sem]
que gostas muito mais de ti agora,
que continua a ser difícil controlar o impulso de comer mas que é possível,
que o teu estômago enorme não precisa de se sentir cheio para tu ficares satisfeita,
que é possível continuares a ter prazer na comida,
que tens muito mais prazer na vida agora. 

hoje passei o dia a ver fotografias do dia da cirurgia e do internamento e já não me reconheço naquela pessoa inchada das fotos. neste ano tanto mudou. além de adoptar uma alimentação saudável adoptei um estilo de vida saudável.  planeio comprar uma bicicleta e cumprir mais um item da minha bucket list: "quando não parecer uma morcela visto um fato de surf e vou ter umas aulas".
chegou a altura. chegou a altura de viver momentos adiados por um corpo que me prendia no conforto e na inércia. 

p.s. no próximo post prometo fotos de antes e depois

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Cirurgia - Consulta 1 ano

então já foi a consulta de um ano pós bypass gástrico.
na verdade ainda não completou um ano mas o cirurgião não tinha disponibilidade para daqui a duas semanas.

além dos parabéns, que já são quase da praxe, disse-me que o facto de ainda continuar a perder peso é óptimo. mesmo que seja ao ritmo de 1kg por mês. alertou-me ainda que é normal que ganhe peso à medida que o metabolismo se vai adaptando.

entretanto, pediu a marcação de uma consulta de cirurgia plástica no hospital de são josé. com indicação de plastia para as pernas [sim por favor!], braços [sim!] boobies [pois... estão deprimidas] e barriga [a que menos confusão me faz]. isto quer dizer que inicio outra fase do processo de perda de peso.

aliás, já não lhe posso chamar isso. acho que já perdi o que tinha a perder. estabilizei. e até me sinto confortável como estou.

sempre disse que não queria ficar muito magra. e não quero. quero ter formas. as minhas. naturais. mas também quero livrar-me destas peles, e desta gelatina que se nota ao andar. por isso quando a pergunta foi: quer que a reencaminhe para a cirurgia plástica? a resposta só podia ser.. SIM.

não posso considerar ganha a minha luta contra a obesidade. continuo a ser uma pessoa com excesso de peso, mas sou muito mais saudável. há cerca de dois anos tomei a decisão de mudar a minha vida. isso não aconteceu de um dia para o outro. primeiro tive de querer. depois tive de o fazer acontecer.


terça-feira, 7 de outubro de 2014

11 meses

-53 kilos

e lá foram as férias. e até correram bem. decidi que não iria seguir a dieta à risca e comi um gelado todos os dias. todinhos.
descobri a gelataria pai pinguim em armação de pêra e não perdoei no gelado de iogurte de framboesa. que delícia.
não me pesava diariamente, para a praia levava sandes feitas em casa, fruta, iogurtes e sumos. à noite íamos jantar fora e parte do menu foram chocos grelhados, salmonetes grelhados, frango assado, besugos grelhados e comi frango da guia. fez-me confusão toda aquela molhanga mas tentava retirar o máximo que conseguia e a coisa acabou por correr bem. acompanhei todos os pratos com legumes ou salada e a única vez que comi batata foi numa sopa de peixe em Álcacer do Sal, que na verdade era mais uma caldeirada.

meti o ginásio também em espera durante as duas semanas de férias e no meio de tudo isto emagreci dois kilos, coisa que já não acontecia há dois meses. é claro que caminhava na praia e caminhei bastante nestas duas semanas. mas talvez tenha sido a mudança de ritmo que tenha feito o meu corpo livrar-se da gordura mais depressa.

entretanto voltei ao trabalho e à vidinha stressada da cidade e voltei ao meu ginásio e pela primeira vez em 5 meses a uma aula de rpm. que saudades que já tinha de levar uma tareia daquelas. gosto mesmo das aulas de rpm. puxam por mim e saio de lá sempre esgotada mas muito bem disposta.

entretanto está quase a fazer um ano desde que fiz o bypass e coincidentemente o meu aniversário também está à porta. tinha decidido que iria beber a minha primeira bebida alcoólica pós cirurgia no meu aniversário, mas noutro dia fui à festa da Time Out e bebi uns 4 golos de Sommersby. ao 2º golo já estava tonta. :) aquilo é tão, mas tão doce, que não consegui beber mais. e pronto fiquei-me pela água o resto da noite.

nesta fase sinto mais as modificações no meu corpo que na balança. sinto os músculos a tonificarem (obrigada ginásio) e as peles a ficarem cada vez mais feias. estou desejosa da consulta com o cirurgião plástico. no geral sinto-me uma pena. salto sem a preocupação se me doem os joelhos ou os tornozelos, corro facilmente, ando sem me cansar, danço a noite tods... olhando para o ano passado por esta altura posso dizer que me custava levantar do sofá. hoje, custa-me estar sentada muito tempo. (a sério. literalmente. começa-me a doer o rabo. a falta de gordura ali tem os seus contras).

e não sei que mais dizer. perguntem o que quiserem. tenho muito prazer em responder a todas as dúvidas que possam ter.







sexta-feira, 5 de setembro de 2014

10 meses

-51 kilos

parece que a minha perda de peso estabilizou. dou-me por satisfeita com o meu peso corrente embora gostasse de perder mais 5 kilos. 

como que nem uma pessoa normal. em quantidades pequenas. e como várias vezes por dia. continuo a manter algumas regras só minhas como não beber café, álcool ou bebidas gaseificadas (só servem para encher o estômago e não trazem valor nutricional nenhum) o que quer dizer que sempre que saio à noite bebo agua com limão. :) 

também não bebo às refeições e não como entradas nem sobremesas. 

na parte dos pecados entra o llaollao semanal que mesmo assim escolho com uvas ou morangos (nunca com doces). 

tenho sentido mais fome à noite. eu que nunca comia antes de dormir agora não consigo passar sem o snack depois do jantar. 

e sim tenho fome. como uma pessoa normalmente tem. apetecem-me coisas más como a bola de berlim na praia ou batatas fritas mas resisti até agora. 

e, finalmente, chegou a altura das férias e estou ansiosa por perceber como é que o meu corpo vai reagir à mudança de ritmo. 



segunda-feira, 11 de agosto de 2014

quando é que deixo de ser gorda?

socialmente. quando é que a sociedade deixa de olhar para mim e ver-me como uma pessoa gorda? tenho de perder mais quantos quilos? 10/20?

noutro dia fui ter com uns amigos para jantar e havia uma outra pessoa no grupo que não me conhecia, e assim que soube que tinha feito um bypass, essa pessoa como esteve para fazer uma banda gástrica, achou por bem passar a noite inteira a referir-se a mim enquanto gorda. 

percebi claramente que eram uns copos a mais mas o álcool tornou a língua sincera. 

portanto quando é que deixo de ser gorda? quando é que a sociedade olha para mim como mais uma do rebanho? quando é que deixo de ser a gorda social? a amiga gorda, a irmã gorda, a tia  gorda, a vizinha gorda, a chefe gorda? quando? 



segunda-feira, 4 de agosto de 2014

9 meses

- 50 kilos.

no final dos nove meses costuma aparecer um bebé. no meu caso desapareceu uma pessoa. 

perdi o objectivo secreto dos 50 kilos. ainda não estou no meu peso ideal mas para lá caminho. 

nesta fase noto muito mais no meu corpo que na balança. noto em termos de volume e em termos de tonificação. o ginásio ajuda imenso. os meus braços, que pensei inicialmente serem o maior problema relativamente à flacidez, nem estão assim tão maus. claro que abanam e parecem asas de morcego mas muito menos que o que imaginava. tou a começar a notar músculos debaixo da gordura que vai desaparecendo e isso ajuda bastante a auto-estima.
o que também ajuda é comprar roupinha nova. calças que há dois meses me serviam, ficam a nadar. então tenho uma desculpa sempre viável para comprar nem que seja um par de calças por mês. 

ver-me em roupa que nunca imaginei vestir é espectacular. noutro dia comprei um macacão preto (que sempre desejei) e adoro aquilo. além de me esconder as imperfeições (nomeadamente as das pernas) faz-me mais magra. e isso é sempre bom. :)

entretanto relativamente a comida, este mês tive um episódio de dumping. comi bacalhau com grão. esta foi a primeira vez que comi grão. e enche imenso. o estômago não aguentou e a meio da noite acordei para vomitar. nada por aí além. fiquei bem melhor e voltei a dormir. 

 e pronto. é isto. enquanto não vou de ferias. 

sábado, 12 de julho de 2014

jogar às escondidas

antes da cirurgia, e consciente do meu corpo e da minha figura, evitava algumas saídas, algumas socializações, particularmente com pessoas com quem já não estava há algum tempo porque não queria que se instalasse a imagem de mim extra gorda. Afinal já estava na recta final para mudar a minha vida e o custo social de uma obesa mórbida é elevado.

assim a socialização no ano anterior à cirurgia manteve-se restringida a um grupo pequeno de amigos e colegas do trabalho. ao mesmo tempo as fotos que ia publicando no facebook (raras) nunca eram de corpo inteiro e sempre em plano picado para a minha cara parecer mais magra. 

agora, oito meses depois, continuo com pouca socialização. e porquê? porque já tenho vergonha de toda a gente que me vê arregalar os olhos, fazer um olhar de espanto e fazer uma festa onde só faltam os confettis. eu sou o assunto de conversa! desde a minha vizinha, até à senhora da limpeza do edifício onde trabalho, toda a gente tem uma opinião a dar. não estou a dizer que detesto, mas eu não gosto de ser o centro das atenções e tenho uma certa dificuldade em lidar com elogios. então fico sempre embaraçada sem saber o que dizer, a olhar para o chão e lá vou balbuciando um obrigada e "já agora dá para falar noutra coisa?" 

e noutro dia chegou o auge dos elogios e da surpresa, também conhecido por actualização da minha foto de perfil no facebook. 

muita gente não me via há muito tempo + eu não meti propriamente no meu status que tinha feito um bypass = estás irreconhecível, és tu?, que é que fizeste à minha princesa?, gira, brasa, etc...  assim aos magotes!  

tive de fazer uma escolha. entre o manter -me socialmente gorda ou assumir o novo eu e deixar de ser discreta. é claro que a escolha é o novo eu certo? é com ele que vivo todos os dias mas na verdade só queria passar despercebida. 

resumindo: jogar as escondidas tem sempre o seu custo. mais tarde ou mais cedo descobrem-nos. 

sábado, 5 de julho de 2014

caibo numas calças da zara!!!

oh meu deus ou meu deus nem quero acreditar! sabem quando vos disse que não tinha um objectivo de quilos perdidos mas sim em enfiar-me numas calças da zara? 

esse dia chegou!! 

ia chorando na caixa! a rapariga super mecânica a fazer o pagamento e eu com um sorriso estúpido e os olhos cheios de água. 

e melhor. são um 44. um 44 largo. mas porra! são um 44!! 

aqui vai o registo do momento: 




8 meses

menos 48 kilos. 

já perdi uma pessoa. uma pessoa magrinha mas mesmo assim uma pessoa. 

a minha mãe, quando se casou pesava 48 kilos. 

pudesse eu encontrar uma forma de materializar esta gordura toda que perdi e vestia-lhe o vestido de noiva dela. :) 

este mês continuei num registo mais baixo de perda de peso. a lesão no joelho só me permitiu regressar ao ginásio há duas semanas e mesmo assim com um treino muito leve e só trabalhando tronco e braços. 

tenho uma tendinose/ruptura nos tendões posteriores do joelho causada por demasiado esforço nas aulas de spinning. 

fui hoje à fisiatra e esperam-me 15 sessões de fisioterapia. só depois é que posso voltar ao treino normal e às aulas de spinning (sem abusar). 

embora tenha ficado chateada com a lesão, por causa das dores e dos constrangimentos óbvios, por outro lado permitiu-me perceber qual é o limite do meu corpo e no futuro treinar mais conscientemente. 

mesmo assim, neste tempo de pausa, consegui perceber que o meu estado físico é muito melhor! não me canso nada agora. não me canso a subir escadas, ruas inclinadas, não chego cansada ao trabalho, ando ando ando ando e ando sem me cansar minimamente e quando me canso, recupero muito mais depressa. não estava habituada a toda esta vitalidade e isso é precioso. 


sexta-feira, 20 de junho de 2014

o verão


esse papão!

gorda, com celulite, mamas a lutarem contra a gravidade e a perderem a guerra, com cicatrizes, com inseguranças, com macaquinhos na cabeça mas lá fui eu à praia.

wait a second! não fui só à praia neh? isso não é novidade nenhuma, porque sempre fui gorda de ir à praia. fui à praia de BIKINI! oh yeah!

pela primeira vez na minha vida, desde que tenho consciência do meu corpo, vesti um bikini.

e porque é que escolhi um bikini e não um fato de banho?

primeiro porque os meus fatos de banho do ano passado me estão a nadar (ou como gentilmente o meu namorado me disse quando os experimentei: parece que tens cu de velha! :) e de facto parecia) e depois porque ainda não encontrei um único fato de banho em tamanhos normais que gostasse. ou porque aperta as costas, ou porque é demasiado cavado na cueca, ou porque é demasiado tapado... bom. não encontrei.

mas encontrei um bikini, modelo tipo anos 50, de cueca subida mas com um padrão floral mesmo giro. e pronto. foi o início de uma historia de amor.

e como foi a minha primeira ida à praia de bikini? foi com uma amiga minha e numa praia onde não corria o risco de encontrar ninguém conhecido e portanto estive à vontade. a praia também não estava demasiado populada, portanto ainda melhor. é claro que quando chegou a altura de ir à água e "desfilar o meu corpo de sereia" pelo areal não me senti nada confortável, mas meti os medos para trás das costas e lá fui eu.

a segunda vez, foi na costa da caparica, na minha praia habitual, com o meu namorado. mais uma vez não me senti confortável, e estava tão insegura que até lhe pedi para me tirar uma foto com o telemóvel comigo deitada na toalha de praia para ter noção da figura que estava a fazer. chegada a altura do desfile, fiz-me à passadeira, vulgo areal, de cabeça baixa e cabelo à frente da cara para não ver se alguém reparava no meu rabo descaído ou na minha celulite ou nas minhas pernas com pregas e gelatinosas. refrescada e de cabelo molhado já não deu para esconder a cara e resolvi fazer uma pega de caras e lá fui eu orgulhosa ostentando as minhas imperfeições todas areal a fora.

devo dizer que não foi perfeito. mas foi um dia que não me vai sair da memória tão cedo. levei as minhas inseguranças ao mar e deixei partes delas a boiar.




quinta-feira, 12 de junho de 2014

porque nem tudo são rosas

estava a ler em retrospectiva o que tenho escrito e senti que estava a passar a mensagem que o mundo é cor de rosa e é tudo perfeito e a vida é espectacular. bem... pessoalmente, pesam muito mais as vantagens que as desvantagens mas, como até os círculos tem o lado de dentro e o de fora resolvi fazer uma lista de vantagens e desvantagens de um bypass gástrico

a nível físico:
  • vantagem: emagrecer. obviamente. sem assim não fosse mais valia ficar quietinha. 
  • vantagem: bem estar geral. como é que vos posso dizer isto? fisicamente sinto-me muito mais apta do que anteriormente. subo e desço escadas, pulo sem me preocupar nas dores que vou ter nos joelhos, ando ando e ando sem me cansar excessivamente...
  • vantagem: análises clínicas exemplares. sem rasto de diabetes, colesterol (está a 75, sim o "mau"), ou qualquer outra coisa feia. 
  • vantagem: voltei a gostar de me ver ao espelho (pelo menos vestida).
  • vantagem: arranjo-me mais. passo batom e rímel diariamente. 
  • vantagem: deixei de fumar. e é muito menos stressante do que o que esperava. acho que por estar focada na alimentação não me foco no não fumar. embora todos os dias pense em fumar opto por não o fazer. 
  • vantagem: o sexo é muito mais espectacular. tal qual me mexo melhor no ginásio também me mexo melhor na cama. e a minha vida sexual ganhou imenso com isso. e o meu namorado agradece.
  • desvantagem: queda de cabelo: é enorme. sinto que vou ficar careca. todos os dias tapo o ralo com os cabelos que me caem no banho. além dos que caem ao longo do dia. 
  • desvantagem: cansaço físico ocasional derivado à escassez de ferro. 
  • desvantagem: flacidez. as minhas pernas, braços e maminhas são as partes mais afectadas. 


a nível psicológico:

  • vantagem: o espaço mental. mentalmente já ocupo menos espaço. quando entrava no autocarro tentava sentar-me num banco único para o meu rabo grande não apertar o vizinho do lado. essa preocupação foi-se. 
  • vantagem: o reflexo nas montras. gosto de me ver nos reflexos das montras na rua. enquanto no inicio não me reconhecia, hoje já me consigo reconhecer naquele reflexo. ainda estranho a magreza, mas já consigo perceber que aquela figura é a minha. 
  • vantagem: sinto-me mais mulher. e mais bonita. 
  • vantagem/desvantagem: a compulsão. se anteriormente tinha compulsão por comer, agora ela não desapareceu, mas transformou-se. passo muito tempo a pensar em comida. nomeadamente no que vou fazer pro jantar/almoço do dia seguinte, do lanche desse dia, do que levo para o trabalho etc... se a grande vantagem é o planeamento de refeições para continuar a seguir a alimentação saudável, a desvantagem é que não deixo de pensar em comida. 
  • desvantagem: a ansiedade não desaparece com a cirurgia. é ainda mais importante controlar o que se come. não se deve optar pela cirurgia de ânimo leve. ela não faz magia. a maior mudança está na cabeça. isso é o mais difícil. agora, sete meses depois da cirurgia, ainda tenho apetites, ainda tenho gula, ainda me apetece comer a porta do frigorífico se for preciso [principalmente naquela altura do mês]. a diferença é que não posso. não optei por me sujeitar a uma cirurgia para voltar a fazer tudo de mal de novo. 
  • desvantagem: a recriminação alheia. pessoas que olham para o teu prato e dizem: vais comer isso tudo? sim! o isso tudo é o equivalente ao tamanho de um prato de sobremesa com meia porção de carne/peixe 1/4 de legumes e 1/4 arroz/massa, mas por alguma razão, toda a gente acha que só vais beber líquidos até ao fim da tua vida. ou que só irás comer uma unha de carne. não. o estômago é um músculo. ele estende. à medida que a dieta vai progredindo ele aumenta de tamanho para absorver as 120 gramas de carne/peixe que deve conter uma refeição sólida. é esta a quantidade ideal para a vida. por isso parem de achar que é muito recriminando ok? 
  • desvantagem: a socialização à volta da comida. jantares de amigos, de família e toda a socialização que se faz à volta da comida torna-se diferente. tens as tuas regras e horários para comer e nem sempre isso é fácil de cumprir. em todos os momentos de socialização há entradas, prato, sobremesa e com isso existem também pessoas que te querem forçar a comer. "só um queijinho agora. é fresco! ou umas azeitonas" não. não quero a fruta a seguir à refeição. não não quero o copo de sumo, vinho, sobremesa o que seja. só preciso da minha refeição para me alimentar. 
  • desvantagem: culpabilização por comer. é inevitável. pelo menos para mim. às vezes acho que como demasiado e fico a culpar-me por isso. continuo a achar que comer é sempre mau. embora coma sempre saudável e faça as opções certas é difícil de apagar este registo na minha cabeça. não consigo ainda recompensar-me mentalmente por comer. a reforçar este sentimento ainda existem pessoas que dizem: "já estás a comer de novo?" e penso: sim! já passaram duas horas desde a última refeição e um ser humano normal deve fazer seis refeições por dia. 
  • desvantagem: ainda me percepciono como gorda e imagino como um estranho me percepciona. se gorda ou "normal". 

a nível do dia-a-dia 

  • vantagem: todas as compras no supermercado merecem uma cuidadosa análise da informação nutricional dos alimentos. as compras impulsivas quase desaparecem quando percebo que preciso de uma hora de elíptica no ginásio para gastar as calorias de um mau alimento em detrimento de outro mais saudável, menos calórico e com baixo nível glicémico. 
  • desvantagem: ainda não sei comprar roupa "normal". tenho medo de experimentar roupa em números de gente normal e desiludir-me que ainda não caibo numas calças ou numa saia. e a desculpa que costumava dar a mim mesma que só fazem roupa para gente magra já não serve mas ainda não sei comprar roupa para o meu novo corpo. continuo a usar as coisas largas ou que escondem o rabo ou a barriga como anteriormente. 

pequenos truques

  • vejo atentamente todos os rótulos e informações nutricionais de cada coisa que compro. 
  • opto pelos degraus em vez das escadas rolantes.
  • saio uma paragem antes ou depois da que está mais próxima do trabalho e faço o resto do percurso a pé
  • não como pastilhas para não manter o meu estômago em "trabalho constante" e não alimentar um vicio de boca.
  • peso-me todos os dias. 

resumindo, não encaro o facto de ter feito a cirurgia e a alimentação que daí adveio como dieta. encaro como uma mudança de vida. não mudei a minha alimentação. tornei-me numa pessoa mais saudável. acho que essa é a maior vantagem. e não há nada que contrarie isso. 

não é fácil a nível psicológico manter os níveis de motivação altos. principalmente nas alturas em que o efeito plateau se faz sentir e a perda de peso é nula ou muito reduzida. o bypass não é uma cura ou faz magia. é uma ajuda. um empurrão. o resto do caminho somos nós a fazê-lo. 





segunda-feira, 2 de junho de 2014

7 meses

chegou o dia do post resumo dos sete meses. 

menos 45 quilos. 

este mês só perdi 3 kilos. qualquer perda é óptima penso eu, mas já não estou habituada a estes valores normais. 

ao mesmo tempo justifica-se. esforcei-me demasiado no ginásio e lesionei-me no joelho o que me obrigou a ficar fora do ginásio por uns tempos. portanto se for a pensar 3 kilos sem fazer ginásio há duas semanas até nem é mau. amanhã tenho consulta marcada no ortopedista, visto que, aquilo que julgava ser um simples estiramento, nunca mais passa e já me levou a andar de canadianas. logo vejo quais são as previsões de regresso ao exercício físico. 

entretanto este mês, com o calor, as saladas passaram a abundar muito mais nos meus menus. nomeadamente salada de couve roxa com pepino e cebola nova. bem temperada com oregãos e manjericão tem acompanhado algumas refeições, sendo que já fez uma refeição à noitinha. passei a utilizar também algas chinesas e rebentos de soja. descobri que o meu estômago tolera muito bem estes dois alimentos. 

neste mês também, mudei de corte de cabelo. a minha cabeleireira já não me via desde antes da cirurgia e fez um ar de espanto enorme quando me viu. já não podia mais com o meu cabelo de rato e cortei e dei volume ao mesmo tempo que fiz uma franja para ajudar a esconder mais esta falha enorme que tenho aqui na frente. 

e pronto. acho que é isto. cada dia mais próxima do meu objectivo que é enfiar-me numas calças normais da zara. :) 

terça-feira, 20 de maio de 2014

consultas dos seis meses

fui ontem às consultas de seis meses de endocrinologia e nutrição.

e as análises ao sangue estão óptimas. só o ferro é que está ali no limite mínimo (algo que já desconfiava). e como tal é continuar a tomar ferro e centrum. mas por exemplo, sabem o papão do colestrol? 75 baby! e os diabetes? k.o!

os dois médicos deram-me os parabéns e até saí de lá com a informação que estou a perder peso acima da média.

quanto ao cabelo (o meu maior pesadelo) é suposto a queda parar por volta do sexto mês, por isso vou esperar mais um mês e se continuar falo com o endocrinologista para ele me receitar um medicamento que é manipulado na farmácia, com um composto elevado de zinco, para parar isto.

o facto é que me sinto bem. e é óptimo ver isso confirmado clinicamente. agora volto lá só daqui a seis meses para a consulta do ano. essa é que vai ser! :D




quarta-feira, 14 de maio de 2014

eu que nunca gostei de números...

deu-me para isto.



se calhar porque estou assim para o orgulhosa. e ando a ouvir elogios à minha figura todos os dias.
noutro dia um velhinho que trabalha no mesmo edifício que eu atira esta: "nem a reconhecia! você rejuvenesceu!"

ouvir isto é a cereja em cima do bolo (ou do iogurte vá).


domingo, 4 de maio de 2014

6 meses

E assim de repente passou meio ano. há um ano imaginava esta altura (a passagem dos seis meses) e nunca pensei que estivesse tão magra. a sério. perdi 42 kilos. 

ainda nem consigo conceber muito bem. qua-ren-ta e dois ki-los. tento imaginar os equivalentes a este peso. há pessoas que pesam 42 kilos. 

aliás o meu sobrinho pesa isto. perdi um sobrinho de peso. ;) 

e agora, passados seis meses, eis que chegou a altura para um antes e depois. justifica-se. digo eu. 






domingo, 6 de abril de 2014

a comida

resolvi fazer um post sobre comida. 

agora que já lá vão cinco meses o que é que como? tudo. bem... tudo não é bem assim. opto sempre (sim. SEMPRE) por pela opção mais saudável. de facto acho que essa foi mais uma opção de vida do que de comida. ainda me estou a habituar a este novo estilo de vida mas está a dar resultado. 

em termos práticos o que significa um estilo de vida saudável no prato? 

exemplos seguem-se.

pequeno almoço: torrada (do tamanho de meia palma da mão) com Filadélfia light e iogurte. em alternativa à torrada: duas tostas. quando uso manteiga uso matinal extra light e quando opto por fiambre é sempre de perú. 

meio da manhã (usualmente duas horas depois do pequeno almoço): iogurte ou fruta (morangos, pêra, maçã) ou sumo light ou batido de fruta (nos dias de ginásio). 

almoço: e aqui é onde vario mais. quando é carne tento sempre que seja grelhada ou preparada sem gordura (isso significa que tiro todas as peles e gorduras antes de congelar). acompanho sempre com 'verdes' quer eles sejam legumes ou salada. não tenho isto como imposição mas é raro comer massa ou arroz (no máximo uma vez por semana) e se o faço nunca é o único acompanhamento da carne ou do peixe. batata: nao uso em nada. só comi uma rodela de batata uma vez que almocei caldeirada a casa dos meus pais. e nesse dia comi o peixinho da caldeirada acompanhado de brócolos e grelos cozidos. se faço peixe em casa prefiro fazer ou no forno ou cozido a vapor com imensas ervas aromáticas. não grelho peixe em casa por causa do cheiro, mas quase sempre que vou almoçar a casa dos meus pais é peixe grelhado (mesmo ontem foi salmão acompanhado com legumes e salada). 

e nos dias em que não levo almoço para o trabalho e sou obrigada a "comer fora"? opto sempre pelo prato saudável do menu ou por trocar batatas, arroz ou massa por legumes ou salada. além disso tenho um go natural ao pé do trabalho e eles têm menus saudáveis preparados por nutricionistas. mesmo assim nunca escolho as massas. 

duas horas depois do almoço: sumo light ou batido de fruta ou fruta ou iogurte ou fruta desidratada. 

lanche: duas (as vezes três quando sei que não vou conseguir estar a jantar à hora que devia) tostas com manteiga light ou Filadélfia light e iogurte ou chá. 

jantar: não difere muito do almoço, tento sempre que seja mais leve. opto mais vezes por sopa (sempre sem batata. uso couve flor e courgette a substituir) e muito mais vezes por salada. nos dias em que não me apetece cozinhar ou não deixei nada preparado ou congelado opto por ir comer uma salada à escolha do vitaminas (de facto dá para duas vezes portanto fico com almoço para o dia seguinte) com base de alface (e peço sempre pouca) e normalmente escolho entre os seguintes ingredientes: almôndegas de soja, salmão, camarão, cogumelos, ovo, mozzarela, requeijão, queijo fresco, fiambre perú.  

não costumo fazer o snack da noite porque, principalmente nos dias de semana, adormeco estourada no sofá. quando faço opto por iogurte. 

além disto o que é que já experimentei (sem intolerância alguma): tremoços, frutas vermelhas, azeitonas, sushi, caril, leite de coco (light. e estava no caril), frutas tropicais, quinoa, bagas goji, sementes de chia (opto por meter nos batidos). 

mesmo há pouco acabei de tomar o pequeno almoço: torrada com Filadélfia light e iogurte grego light com 3 framboesas e canela. :) 

terça-feira, 1 de abril de 2014

5 meses

isto dos quatro meses e dos cinco meses faz-me sentir que estou a acompanhar o crescimento de um bébé. agora estou no percentil 38. yap. Aliás, -38. kilos. 

isto quer dizer que num mês perdi 6 kilos. E FINALMENTE (em muitos e muitos anos) estou abaixo dos 100! weeeeee! 

noutro dia comprei um par de calças (já não dava mesmo para usar as antigas) e surpresa! visto menos 3 números que antes da cirurgia. passei de um 54 para um 48. será que algum dia vou chegar ao 42? 

espero que sim. 

e voltando à temática das diferenças que vou sentido, noutro dia vinha ao telefone com uma amiga minha, que por acaso é psicóloga e vinha a comentar a perda de peso. ao que ela me pergunta: e qual é a relação com o teu corpo? não achas que estás a perder peso demasiado depressa? well... a minha relação com o meu corpo ainda é boa. todos os dias me vejo nua e faço comparações visuais mentalmente com o que era. é claro que, como já vos disse, a pele começa a ressentir-se. mas, por enquanto, e porque ainda andamos tapadinhos por causa do frio, não me incomoda. vejamos como será no verão. 

ainda em relação à percepção visual e mental, apercebo-me quando me vejo em reflexos de montras ou algo do género que mentalmente ainda não me percepcionei como portadora de uma figura mais esguia. portanto sou tipo peixinho de aquário que se esquece das coisas a cada 25 segundos e fico sempre surpresa quando vejo uma figurinha mais esguia que corresponde à minha. :) 

quarta-feira, 26 de março de 2014

a roupa

ai jesus a roupa.

tudo me fica largo. pareço uma palhaça nas calças de ganga. dou uma corrida para o autocarro e arrisco-me a ir buscar as calças aos tornozelos!

todos os dias de manhã é um drama. tiro a roupa toda do guarda vestidos, experimento tudo. nada fica bem, nada serve.

se dantes era porque tudo ficava apertado, e depois voltou a servir, agora é porque tudo fica largo. TUDO. por um lado é óptimo. já não sei há quanto tempo não vestia roupa que me ficasse larga, por outro... DAMN!

é que infelizmente a minha carteira continua bem apertadinha e não dá para comprar um guarda roupa inteiro novo.

então opto por leggings, mas até as leggings caem... GRUNF! pois... as leggings também têm tamanhos... e também já ando farta de vestir sempre leggings. é na rua, é no trabalho, é ao fim de semana, é no ginásio... só falta ser para dormir. e depois visto leggings com o quê? sempre com o mesmo.  xuif...

sim... problemas pirosos, superficiais e de primeiro mundo. eu sei. mas isto é suposto ser pessoal, e aqui pessoalmente este é um problema.



segunda-feira, 24 de março de 2014

e comi o meu primeiro pedacinho de doce

na semana passada foi o dia do pai certo? e eu, como filha prendada que sou [cof... cof... cof...], resolvi fazer a prenda para oferecer ao meu pai.

ora como o meu pai tem um dente guloso fiz nougat. e não resisti a provar a delícia que tinha acabado de fazer.

comi um bocadinho do tamanho da cabeça do dedo mindinho. soube-me pela vida.

tenho medo de ter aberto aqui um precedente. às vezes é mais fácil lidar com as coisas sem saber o sabor delas. ou pelo menos lembrar-me. agora que recordei o sabor de nougat tenho vontade de comer mais [coisa que não fiz].

e este é o meu maior medo com as batatas fritas de pacote. eu sei tão bem ao que aquilo sabe. parece que foi feito para encaixar perfeitamente, e exclusivamente, nas necessidades e pontos fracos das minhas papilas gustativas. e o medo é provar e comer de novo. e de novo. e quando dou por mim a coisa já descambou. foi sempre isto que me aconteceu em todas as outras dietas que fiz anteriormente. e sei qual o ponto em que descamba. ou melhor, o alimento: bolachas de aveia.

este é o caminho da tentação: 1 - tostas, 2 - bolachas integrais, 3 - bolachas de aveia (e aqui descamba)

então o que posso dizer? que sim, que experimentei comer um niquinho de nougat. soube-me maravilhosamente bem. e que não voltei a comer. por enquanto. espero que este enquanto dure muito tempo...

segunda-feira, 17 de março de 2014

para quem não gostava de ginásio...

...devo estar doida.

na sexta feira consegui ir pela primeira vez a uma aula de rpm [adorei!]. acabou a aula e fiz o meu treino normal [senti-me obviamente mais cansada que o habitual] e findo o treino ainda fui fazer uma aula de sh'bam. cheguei a casa estafada! mas um estafada em bom! depois de uma semana de trabalho que incluiu muitas horas extra e até uma directa, era mesmo isto que estava a precisar.

às vezes penso se não estarei a exagerar. assim de repente no sábado ainda fui andar por trilhos e caminhos ermos da serra de Sintra e depois mais duas horas de ginásio e mais um treino. o engraçado é que não perdi uma grama desde sexta feira. o corpo é mesmo um lugar estranho. :)

penso: "estás a transformar massa gorda em músculo e músculo ocupa muito menos espaço que gordura. deixa de ser parva". e pronto. deixo de ser parva.

quem diria que iria gostar de ir ao ginásio?

terça-feira, 11 de março de 2014

descobri este blog!

se forem como eu já vasculharam o google inúmeras vezes com as seguintes pesquisas: receitas bypass gástrico, comida bypass gástrico, alimentação bypass gástrico, alimentação depois de um bypass...

até que descobri este blog: "bypassado" que parece ser de uma menina que fez a cirurgia e resolveu partilhar o que come. :)

há ali algumas coisas que confesso que me custariam a engolir, mas deu-me algumas boas ideias...

anyway... just sharing! 

segunda-feira, 10 de março de 2014

já vos disse que adoro o meu cirurgião?

é que adoro mesmo!

tive a consulta de acompanhamento cirúrgico na semana passada e a primeira coisa que me diz assim que me sento é: olha! já consegue traçar a perna!

...desmanchei-me a rir. e o resto da consulta foi neste registo. sobre as mudanças que sinto, sobre a alimentação, e sobre o longo prazo.

o looooooonnngooo prazo. [inserir musica creepy]

e então o que é que ele me disse? que é normal no longo prazo ganhar peso, mas que é diferente ter um excesso de 5 ou 6 kilos do que um de 30, 40 ou 50. um bypass gástrico é uma ferramenta para ajudar na perda de peso, a manutenção é totalmente responsabilidade do  paciente. é claro que tem a ajuda de uma equipa multidisciplinar, mas é pura força de vontade e determinação. mudar hábitos. essa coisa que é tão difícil de fazer.

de resto... pesei-me (menos um kilo) e marcámos consulta para daqui a uns meses.

depois despede-se: bem... se agora você esta assim em Setembro não a vou reconhecer!
[ahahaahaha!]

segunda-feira, 3 de março de 2014

4 meses

e muita coisa mudou. tenho amigos que nunca me conheceram tão magra. eu já não me lembrava de mim tão magra.

já lá vão 32 quilos (menos 5 quilos que há um mês atrás) e sinto-me muito bem.
estou a gostar de voltar ao ginásio. eu que detesto ambiente de ginásio, começo a perceber que pelos vistos sempre os escolhi mal.
fitness hut FTW! :)

também estou a reaprender a cozinhar, e se pensavam: ah e tal não vais gastar $ em comida... humm não é bem assim. é que comer porcaria sai muito mais barato que comer saudável. outra coisa que não contribui para o orçamento é o tamanho das embalagens. é que não fazem embalagens mini. é tudo em tamanho familiar. salada familiar, molhos de espinafres familiares, caixa de morangos familiares, fruta aos pedaços em tamanho familiar etc... tenho de andar com grandes esquemas para estragar o mínimo de comida possível.
isso implica arranjar tudo e congelar, e congeladas, as coisas perdem metade da piada neh?

então recapitulando estes 4 meses...

o que custou: as dores depois da cirurgia. mas nada que as drogas não ajudassem. acho que foi pior porque também me livrei da vesícula na mesma cirurgia. olhando para trás voltaria a fazer? sem dúvida alguma!

alimentação: a dieta liquida passa depressa, a pastosa também. mas não há fase igual na perda de peso! de resto a alimentação não custa nada. a sério. o meu namorado chama-me esquilinha. como pouquinho, aos pedacinhos pequenos, e demoro. :)

efeitos secundários: além daqueles já descritos aqui, começou a queda de cabelo. e bem. até me assusto. e eu comecei a fazer um tratamento beeeeemmmm antes da cirurgia. imagino se não tivesse começado. tenho sempre cabelos em cima de mim. cada vez que toco na cabeça vêm cabelos atrás. no banho entupo o ralo. no próximo mês faço um pixie cut a ver se disfarça mais a coisa.

perda de peso: - 32 quilos.

elasticidade da pele: é lixado. braços, pernas e boobies começam a ressentir-se. a gravidade não ajuda. principalmente nos braços. sabem os famigerados braços de morcego? já se começa a notar. menos mal que é inverno. no verão estou para ver como vou contornar a coisa. ah! e tenho imensa comichão na zona da barriga por causa da pele estar a encolher. pareço as gravidas a coçar a barriga. só que me mim não estica. encolhe.

feel good: é espectacular! passo a vida a reparar em pequenos pormenores no meu corpo. descubro ossos que não sentia, músculos que começo a sentir de novo, tendões... ver o corpo a mudar é muito motivador.

roupa: a que não me servia já me serve e já não me serve de novo porque entretanto ficou larga. há muita coisa que já não visto. comprei a minha primeira peça de lingerie para o dia dos namorados e bolas... a diferença que uma peça de lingerie pode fazer no sentir-me mais mulher.

e acho que essa é a minha conclusão destes quatro meses. sinto-me mais mulher. até comprei um baton vermelho! :)

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

a dieta mole tipo II

sendo franca, para mim não houve grande diferença entre a I e a II a não ser as saladas e a fruta crua!! weeeeee!!

a primeira coisa que comi foi uma saladinha de tomate cherrie só com oregãos e umas pedrinhas de sal.

soube pela vida. 

de resto é continuar a comer a comida bem cozinhada, devagarinho, e demorar no mínimo meia hora nas refeições. 

além disso é ir introduzindo novos alimentos à dieta, um de cada vez, para testar a tolerância do estômago. 
e já experimentei muita coisa: sushi (comi 5 rolinhos e fiquei cheia), salmão fumado, tangerinas, kiwies, smoothies que faço em casa com sementes de chia, mozzarela (light), agrião cru, peixe gato, polvo, canónigos, milho, batata doce, framboesas, tortillas, sumo de laranja natural, pimentos verdes e vermelhos... etc... 

as refeições continuam as mesmas horas e com as mesmas frequências. não tive intolerância alimentar alguma. a única coisa que noto agora é que fico enfartada se comer as partes secas da carne, tipo peito de frango. ora eu que era a parte que mais gostava do bicho passei a comer as coxas. 

e a diferença para a dieta sólida é a textura da comida. na dieta sólida já pode comer comida menos cozinhada.

como vos disse, é experimentar. aos poucos e poucos. estou a adorar esta nova fase. tornei-me uma gourmet do bypass. faço pratos completamente planeados e estudados a nível de nutrientes, proteínas e calorias. ocupei de novo a cozinha. 

há uma expressão inglesa muito boa para esta minha fase: cook myself healthy. em conjunto com o ginásio. mais saudável a cada dia. 

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

3 meses

e menos 27 kilos.

hei-de postar fotos do antes, da evolução e do depois. mas por agora estou a gozar o prato. literalmente. não sei se vos vou conseguir transmitir a sensação do que é ter perdido 27 kilos, mas aqui vai.

noto que já perdi 27 kilos:

quando ando depressa na rua
subo seis ruas bem íngremes e chego ao topo sem parar no caminho
na roupa que tinha escondida no guarda vestidos e que me voltou a servir
na roupa que me voltou a servir e que já me está larga
nos meus amigos que todos os dias me chamam magrixa
nos meus amigos que trocam impressões com outras pessoas que fizeram um bypass gástrico
no meu namorado que todas as semanas olha pro meu rabo e o vê desaparecer
nos agachamentos no ginásio que faço muito mais facilmente que há duas semanas atrás
no espelho

e em tantas outras e pequenas coisas.

não me lembro, desde há uns anos, de me sentir tão feliz e por um espaço de tempo tão prolongado . tou sempre de sorriso na cara. já começo a parecer maluquinha. a sério.

p.s. prometo que vou publicar um post sobre a dieta mole II ou como lhe chamo "a era da experiência" :)

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

aquela sensação

sabem aquelas calças que têm guardadas no guarda vestidos há anos à espera do dia em que voltem a servir? 

hoje foi o dia!!! 

#ohyeah 

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

o bypass e a gripe

qual sexo e a cidade há aqui uma relação perniciosa. 

como a cidade favorece os encontros o bypass favorece a gripe. ou pelo menos favoreceu comigo. 

com os níveis de ferro em baixo, e consequente o meu sistema imunitário, apanhei a gripe do demónio. 

primeiro encontro marcado no dia de ano novo. parecia meio de ressaca e cheguei a comentar isso mesmo com amigos [estranhei porque, obviamente, não bebi]. no dia seguinte sentia-me como se um urso tivesse dormido a noite inteira em cima de mim. 

resolvi avançar para a segunda fase do relacionamento e fui à farmácia afirmar o meu compromisso com antigripais, ibuprofeno e pastilhas para a garganta. 

instalaram-se os medos normais de uma relação recente: quero mesmo que isto resulte, mas será que é o certo para mim? entretanto muitos caldinhos e água benta, ou seja, ia tomando omeprazol para proteger o estômago e dissolvia os antigripais em pouca água, esperava que passasse o gás, e bebia. 

nada. a relação avançava no caminho errado. o da tosse incessante. tentei dar mais uma hipótese à coisa. voltei à farmácia [qual conselheiro sentimental] e fui buscar um xarope. 

nada. de novo. sentia-me cada vez pior numa relação que me asfixiava. literalmente. no sexto dia tinha dificuldade em respirar e doía-me o peito. 

foi aí que decidi consultar o especialista, vulgo médico, e fui ao hospital. 

diagnóstico: gripe + amigdalite + faringite. 

mais umas visitas à farmácia para buscar antibiótico, anti histamínico, paracetamol,  anti bacteriano, coadjuvante respiratório. 

no meio destes sete dias de relação da gripe e do bypass como é que o meu estômago se tem portado? bem por incrível que possa parecer. tomo um omeprazol por dia para prevenir danos causados pela torrente de comprimidos que ingiro. agora que finalmente me sinto um pouco melhor o que fica para trás é a fraqueza muscular que me assola. 

espero dar por terminada esta relação daqui a uns dias. já não aguento estar fechada em casa. e todas as relações precisam de espaço para respirar. até uma gripe. e uma amigdalite. e uma faringite. 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

dois meses

e 20 kilos a menos. este número era um objectivo desde o início. pensei que demorasse menos tempo a atingi-lo mas agora que o atingi estou muito satisfeita. noto a perda de peso em vários aspectos da minha vida. nos pulinhos que dou com os ténis que custam cada vez menos, em subir as escadas do metro que faço cada dia melhor, no espelho, nos meus amigos e na cara dos outros que já não me viam há algum tempo. 

a que me deixa mais satisfeita é a mais fútil: já consigo comprar [alguma] roupa na zona "normal" da hm. e o casaquinho que comprei hoje deixa-me muito feliz!